Avaliação para a Intervenção Cirúrgica Projeto do Estudo

Resultados do Estudo
Objetivos do Objetivo Primário
Tratamento Específicas Áreas de Tratamento

Avaliação para a Intervenção Cirúrgica


A intervenção cirúrgica pode ser necessária para aquelas crianças que não se recuperam espontaneamente da paralisia do plexo braquial. O estudo conduzido em St. Louis Children's Hospital (Hospital da Criança de St. Louis), durante o período de 1995 e 1998, oferece informações que facilitam o processo de avaliação da necessidade de uma criança da cirurgia.


Projeto de Estudo

Como objetos de estudo, participaram 60 crianças que não apresentaram movimento anti-gravitacional do ombro e/ou cotovelo, até a idade de 2 a 4 semanas. A avaliação inicial foi feita à idade de 1 a 2 meses. Após esta avaliação inicial, analisamos como estas crianças progrediram, baseado num procedimento padrão de teste muscular, primeiro aos 3 meses de idade e depois, novamente, aos 6 meses de idade. A avaliação de acompanhamento foi realizada quando as crianças estavam com 18 a 24 meses de idade.

O estudo foi realizado com o objetivo de obter informações visando a alcançar uma decisão chave, ou seja, se a criança teria condições de se recuperar de forma satisfatória ou se precisaria de tratamento cirúrgico. 


Resultado do Estudo

 Os resultados deste estudo nos possibilitam identificar quais pacientes requerem tratamento cirúrgico. Os resultados do nosso estudo estão resumidos na tabela abaixo.

Teste Muscular como Predição da Recuperação
Espontânea da Lesão do Plexo Braquial


Resultado do teste muscular*

   
3 meses de idade 6 meses de idade No. Pacientes(%) Resultado
>3/5 no BTD **   41(68.3%) recuperação completa
  >3/5 no BTD 5 (8.3%) fraqueza mínima
  3/5 no B, T ou ambos 5 (8.3%) fraqueza moderada
  <2/5 no BTD 9 (15%) fraqueza importante
* A força muscular foi avaliada usando a escala de 0 a 5, sendo o '0', a ausência de contração muscular, e '5', a presença de força normal
** B: bíceps, T: tríceps e D: músculo deltóide

Dos 68% dos pacientes que tiveram valores maiores que a força muscular antigravitacional do bícepstrícepsà idade de 6 meses, todos tiveram recuperação total. Por outro lado, pacientes cuja força muscular foi igual ou menor que a antigravitacional à idade de 6 meses, persistiram com fraqueza importante no ombro e no braço. 

Nossas observações, que são consistentes com publicações anteriores, levam-nos a concluir o seguinte sobre a recuperação de força muscular do bíceps e deltóide:

  • A recuperação completa pode ser esperada se os músculos bíceps e deltóide começam a ter contrações em um mês, e contrações normais em 2 meses.
  • Não se obteve um bom funcionamento do ombro a não ser que os músculos bíceps e deltóide começassem a contrair aos 3 meses, e ter força normal aos 5 meses.
  • O funcionamento do ombro foi discreto se o bíceps e o deltóide começassem a se recuperar depois de 3 meses.

Em resumo, a maioria das crianças se recupera completamente, ou quase completamente, da paralisia de parto do plexo braquial. A melhora da força muscular, avaliada por exame neurológico, é o teste mais sensível para saber se a criança vai se recuperar sem a intervenção cirúrgica. Crianças que melhoram significativamente nos primeiros poucos meses devem continuar com o tratamento conservador e terapia diária. Crianças que não melhoram nos primeiros poucos meses têm poucas possibilidades de melhorar sem a intervenção. A cirurgia precoce deve ser considerada para estes pacientes. 


Objetivos do Tratamento


Objetivo primário

O objetivo principal do tratamento é melhorar a força muscular e a sensação no braço, além de aliviar a contratura do músculo(que causa as deformidades mais tarde) e da articulação no braço. Os objetivos específicos são:

  1. aumentar a abduçãodo ombro para mais de 90 graus
  2. corrigir a rotação interna do braço
  3. aumentar a flexãoe a extensãodo cotovelo, contra resistência
  4. aumentar a flexão e extensão do pulso e dedos, contra resistência
  5. melhorar as sensações no braço e mão
  6. prevenir as deformidades do braço e da mão 

Áreas de Tratamento Específico 

Deve-se focalizar o tratamento precoce dos músculos deltóide e bíceps nas crianças com paralisia de Erb (lesão do plexo braquial superior). Mesmos as crianças que tiveram uma boa recuperação espontânea, a debilidade do músculo deltóide e a consequente limitação no levantar e rodar o ombro são inabilidades que comumente persistem. Estas crianças requerem cirurgia ortopédica mais tarde, como a liberação do músculo e do tendão.

Quando o tronco médio (veja a seção de Anatomia) do plexo braquial também e´envolvido, o músculo tríceps também é fraco. A lesão do tronco médio quase sempre ocorre tanto com a lesão do plexo braquial superior, como com a lesão total, sendo, por isso, associado com inabilidades mais severas (veja "Tipos de Lesões" na seção Experiência).

Fraqueza persistente na mão e nos dedos é a mais difícil de se tratar, em parte porque, frequentemente, ela reflete a lesão total do plexo braquial. Pode-se precisar de uma intervenção cirúrgica precoce na criança cuja fraqueza da mão persiste até mais de 2 meses de idade.